terça-feira, 27 de outubro de 2009

AS DEZ MAIORES DESCOBERTAS DO HUBBLE

As 10 maiores descobertas do Hubble
Enquanto esperam pela última manutenção no telescópio espacial, os astrônomos refletem sobre suas descobertas nos últimos 16 anos
por Mario Livio
Nasa

Na primeira missão de reparo do Hubble, em dezembro de 1993, os astronautas Story Musgrave (no braço mecânico), Jeffrey Hoffman (no compartimento de carga) e outros consertaram o notório defeito no espelho e abriram caminho para muitas descobertas

Na primeira missão de reparo do Hubble, em dezembro de 1993, os astronautas Story Musgrave (no braço mecânico), Jeffrey Hoffman (no compartimento de carga) e outros consertaram o notório defeito no espelho e abriram caminho para muitas descobertas.

Poucos telescópios na história tiveram um efeito tão profundo na pesquisa astronômica como o Telescópio Espacial Hubble. Ainda assim, sua influência não é a que a maioria das pessoas imagina. Em geral, ele não fez descobertas singulares mas transformou antigas suspeitas e pistas obtidas em observações de solo em certezas. O Hubble funcionou em parceria com outros observatórios para construir uma visão multifacetada do Cosmos. Forçou físicos teóricos a substituir teorias grosseiras por outras que explicassem os fenômenos astronômicos com muito mais detalhe. Em suma, o Hubble não foi extremamente influente por se distanciar de outros instrumentos e técnicas, mas por se integrar intensamente com eles.

Em abril, o telescópio completou seu 16o aniversário no espaço. Seus feitos, tanto o de fornecer detalhes sem precedentes aos astrônomos quanto o de proporcionar um vislumbre das maravilhas do Universo a lares espalhados pelo mundo, foram de certo modo ofuscados recentemente pelo debate sobre seu futuro. Enquanto a Nasa luta para retomar os vôos dos ônibus espaciais, o Hubble continua se deteriorando. A menos que astronautas possam ir até lá e reformá-lo, o telescópio pode atingir o fim de sua vida útil já em meados de 2008. A chegada a essa encruzilhada me levou a avaliar a última década e meia do Hubble - e da astronomia - que muitos pesquisadores consideram a época áurea de seu campo.

Apresento abaixo minha seleção (confessamente tendenciosa) das dez contribuições mais significativas do Hubble, de suas revelações sobre objetos pequenos como planetas, até galáxias e o Universo como um todo. É extremamente difícil fazer justiça num curto artigo a contribuições tão abundantes. No momento em que escrevo, seu arquivo de dados contém mais de 27 terabytes e cresce a um ritmo de 390 gigabytes por mês. Essas informações foram a base para 6.200 artigos científicos. Além disso, o telescópio continua a produzir ciência de surpreendente qualidade. Em parceria com outros observatórios nos últimos meses, ele descobriu dois novos possíveis satélites de Plutão, uma inesperada (e paradoxal) galáxia de grande massa no Universo primordial e um companheiro de massa planetária de uma anã marrom - estrela pouco mais pesada que um planeta. Somos afortunados por viver numa era em que pela primeira vez estão sendo reveladas características do Universo que, até recentemente, a humanidade conseguia sondar apenas com a imaginação.
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Mario Livio é um dos astrônomos mais versáteis da atualidade. Ele estuda energia escura, explosões de supernova, acreção em objetos compactos e planetas extra-solares. Está atualmente no Space Telescope Science Institute, em Baltimore. Seu livro recente voltado para o público em geral, The equation that couldn\\'t be solved, discute simetria e seu papel em coisas que vão da seleção de parceiros às leis da física. No que sobra do seu tempo depois de pesquisar e escrever, ele é um historiador da arte amador com uma extensa coleção de catálogos de museu.